RELAÇÃO DAS PEÇAS PROVENIENTES DO PALÁCIO DAS
NECESSIDADES E DA COLECÇÃO PARTICULAR DA CONDESSA DE EDLA, PRESENTEMENTE NO
MUSEU NACIONAL DA ARTE ANTIGA
O MUSEU
NACIONAL DE ARTE ANTIGA, UM POUCO DE HISTÓRIA
O Museu Nacional de Arte Antiga, também conhecido por Museu das Janelas Verdes, por se situar na rua com o mesmo nome, é actualmente um organismo oficial dependente do Instituto Português de
Museus.
O Museu encontra-se instalado no palácio dos Condes de
Alvor, mandado construir no séc. XVII por D. Francisco de Távora, 1.º Conde de
Alvor,
Posteriormente, o Palácio de Alvor, passou a ser conhecido como Palácio de Alvor-Pombal, porque, em 1759, o edifício
foi adquirido por Paulo de Carvalho e Mendonça, irmão do Marquês
de Pombal que, por morte do primeiro, passou a ser proprietário do palácio, tendo este ficado na posse da sua família por mais de um
século.
Em 1884 o actual Museu Nacional de Arte Antiga foi
adquirido pelo Estado Português.
Em 1918« é demolido o Mosteiro das Freiras Carmelitas Descalças, também conhecido por Convento das Albertas, nome derivado do seu patrono,Santo Alberto, contíguo ao palácio Alvor, para aí ser construído o edifício ANEXO tal como o conhecemos ainda hoje, que só foi inaugurado em 1940 e dá
entrada principal ao Museu, pelo Jardim 9 de Abril.
Do
Convento das Albertas existe ainda a capela e a cerca onde foi construído o Jardim 9 de
Abril.
A CRIAÇÂO DO MUSEU DE ARTE ANTIGA COMO RESULTADO DA REVOLUÇÃO LIBERAL
Com a abolição das Ordens Religiosas por decreto de
28 de Maio de 1834, logo no
dia seguinte ao da convenção de Évora-Monte que acabou
com a guerra civil entre absolutistas e liberais, o novo poder entregou ao
Estado muitas centenas de objectos
pertencentes aos mosteiros.
Depois da implantação da república dá-se a
entrada no museu de nova leva de peças provenientes dos Palácios Reais, entre os quias o Palácio das Necessidades, morada dos
últimos reis de Portugal.
Lista de
obras de
arte existentes na casa forte do extincto Paço das Necessidades cuja remoção é pedida para o Museu Nacional de
Arte Antiga
Nº 1 – Custodia lavrada por Gil Vicente e dada por D.
Manuel ao convento dos Jerónimos de Belém.
Nº 2 – Cruz de D. Sancho.
Nº3 – Cálice gótico de prata dourada, ( Sec. XVI );
pertenceu ao convento de Cristo de Tomar.
Nº4 – Cofre-relicário de prata, com baixos relevos
alusivos à paixão de Cristo; pertenceu ao convento de Cristo de
Tomar.
Nº5 – Uma mesa com tampa de embrechados e trempe de
bronze dourado em que se veem as iniciais da Rainha D. Carlota
Joaquina.
Lisboa e Secretaria do Museu Nacional de Arte Antiga
em 22 de Maio de 1916
Relação dos
objectos legados ao Museu Nacional de Arte Antiga, pela falecida Senhora
Condessa de Edla
1 – Um quadro a óleo, pintura sobre madeira, “O Menino Jesus entre os
doutores”, escola flamenga (de Antuérpia), começo do século
XVI.
2 – Um quadro a óleo, representando ”Nossa Senhora e o
Menino Jesus”, assinado: Josefa de Ayalla, (Josefa de Óbidos))
-1637.
3 – Dois
quadros a óleo, “Paisagens, escola holandesa - ( Sec.
XVII).
4 – Um quadro a óleo, “ Um casamento”, numa moldura
oval, escola francesa, segunda metade do Sec. XVIII.
5 – Um quadro a óleo, “Nossa Senhora, o Menino Jesus e
S. José”, assinado: José Gonçalves Paz, - 1770.
6 – Um quadro a óleo, pintura sobre tela, “Retrato de D.
Fernando II, de Portugal”, (tamanho natural), assinado:
Leyrand.
7 – Um Cristo de marfim, - assinado: Francesco Terelli,
fim do Sec. XVI:
8 – Um baixo relevo em madeira, “O
Calvário”.
9 – Um desenho de Sequeira, datado de
1804.
10 – Dois jarros de loiça de Sacavém, - pintados por D.
Fernando II, de Portugal.
11 – Um busto de bronze,” O Infante D. Henrique”:
-assinado: J,Droz- (1842).
12 – Uma estatueta de bronze, “Um anjo”, assinado:
Clodion, fundição de De Braux.
13 – Chapas das gravuras originais de D. Fernando II, de Portugal (São cento
e vinte e sete chapas de cobre, duas de prata e duas de
marfim).
14 – Uma estatueta de bronze, “Um cavaleiro”. –
assinada: Barye.
15 – Quatro colheres de prata, antigas, tendo uma,
o retrato gravado de um príncipe de Saxe
Coburgo Gotha – outra, uma figura de mulher e outra uma carranca, sendo a última
lisa.
16 – Uma colher de prata dourada, com cabo de ferro,
embutido de ouro.
17 – Uma colher de buxo, com figuras em relevo, estilo
gótico.
18 - Álbuns, gravuras e livros raros da
colecção de D. Fernando II, de Portugal, constantes de uma relação de dezasseis rúbricas, que acompanharam as obras atrás referidas, entradas no Museu de Arte Antiga em 20 de Novembro de
1929.
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